LEI DE PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO minuta em 28 DE JANEIRO DE 2015
31 de março de 2015 Deixe um comentário
DESENVOLVIMENTO URBANO
GABINETE DO SECRETÁRIO
ATA DE AUDIÊNCIA PÚBLICA
MINUTA DO PROJETO DE LEI DE REVISÃO PARTICIPATIVA
DA LEI DE PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO,
REALIZADA EM 28 DE JANEIRO DE 2015
Processo 2015.0 006 559 1
Aos vinte e oito dias do mês de janeiro de 2015,no período
compreendido entre 19h00 e 22h00,foi realizada a Audiência
Pública sobre a Minuta do Projeto de Lei de Revisão Participativa
da Lei de Parcelamento,Uso e Ocupação do Solo,no auditório
da universidade UNINOVE situado à Rua Vergueiro,235/249,São
Paulo–SP.Compuseram a mesa o Secretário Municipal de Desenvolvimento
Urbano (SMDU), Fernando de Mello Franco;o Diretor
do Departamento de Uso do Solo da SMDU, Daniel Todmam
Montadon ;o membro do Conselho Municipal de Política
Urbana Sérgio Reze.Foram convidados para uma saudação os
vereadores presentes José Police Neto e o Gilson Barreto.A
mesa foi coordenada pelo Assessor de relações Institucionais
Luiz Claudio Messa Longo que informa a presença de representantes
dos vereadores Ricardo Nunes,Ricardo Young e José
Américo,bem como do subprefeito Wander Simões explica o
processo de inscrição e falas,informando que serão três minutos
para cada intervenção e que serão mantidos os critérios das
audiências anteriores: serão convidados a se pronunciar prioritariamente
aqueles que não fizeram uso da fala em audiência
anterior. Feitos tais esclarecimentos, cede a palavra ao Sr. Sérgio
Reze (membro do Conselho Municipal de Política
Urbana),que saúda os presentes e registra algumas questões
que considera relevantes. Primeiro,concorda que um ponto convergente
entre todos é a necessidade de maior prazo para a
discussão.Depois,comenta que a discussão sobre as ZEIS é bastante
intensa e deve-se buscar uma discussão sem anular o outro
num exercício democrático de tolerância e
compreensão;considera que algumas situações como ofensas
foi muito triste presenciar. Registra que leu a minuta, possui várias
ideias e gostaria de apresenta-las na próxima etapa. O Sr.
José Police Neto (Vereador) ,exalta a participação da sociedade
e,nesse sentido,afirma que a extensão de prazo foi consenso
da própria sociedade. Reafirma que,portanto, não é uma
concessão do agente público,mas um prazo considerado necessário
para a conclusão do processo e pelo bem da cidade.Diz
sentir-se triste quando o debate sai da esfera de um debate
pela cidade e considera que cada grupo, com suas
reivindicações,deverá considerar a cidade que se pretende para
o futuro,com o cuidado de melhorá-la. Tem certeza que,com
tantos encontros e tanta participação,há uma grande produção
de conhecimento para elaborar a melhor lei possível neste momento.
Acredita que o executivo e a Comissão de Política Urbana
têm o mesmo interesse e vale a pena persistir na mobilização
daqueles que ainda não têm participado dos debates para
dar sua contribuição. Agradece a toda a equipe da SMDU, cumprimenta
os Conselheiros Participativos que tem um papel protagonista
nesse processo e deseja um bom debate.O coordenador
da mesa registra a presença de representantes dos
vereadores Vavá, Gilson Barreto e Edir Sales,e passa a palavra
ao Sr. Gilson Barreto (Vereador) ,que saúda a mesa e os
participantes, afirma que o objetivo principal do plano é acomodar
a todos, sendo que há terra para todos; considera que há
enganos dos planos regionais que devem ser consertados mas o
importante é ter consciência de que coisas precisam ser consertadas.
São 13 a 16 anos para os quais vão valer os planos diretor
e regional. Considera que se o executivo quisesse se apropriar
de áreas adensadas para transformá-las em habitação isso
dificilmente iria acontecer porque não é vantajoso financeiramente.
Lembra que a Câmara também fará audiências publicas
para se chegar a um bom termo para todos, não há necessidade
de medir forças pois há cidade para todos. É passada a palavra
ao Secretário Fernando de Mello Franco ,que informa que
o processo não se encerrará nesse momento e que irá para outras
instâncias no legislativo e executivo e que o objetivo dessa
audiência é recepcionar novas falas e reafirma o pedido de
manter o foco no debate produtivo das questões de fundo colocadas
no zoneamento e não em conflagrações, por vezes inócuas,
como ocorreu em alguns momentos nas audiências anteriores.
Daniel Montandon (Diretor do Departamento de Uso
do Solo da SMDU) saúda os presentes, menciona que nas
duas últimas audiências as apresentações se detiveram na Minuta
e que dessa vez irá sanar algumas questões mais recorrentes,
para avançar nos esclarecimentos e em caráter complementar
às apresentações anteriores. Relembra a organização e a
pluralidade do processo participativo, no qual foram ouvidos
diferentes segmentos da sociedade, destacando o Concurso Ensaios
Urbanos, o Conselho Municipal de Política Urbana, os
eventos como o Seminário de Abertura, as 32 Oficinas Regionais
e agora as três audiências públicas. Destaca a importância
dos outros momentos de diálogo com as associações e a busca
da Secretaria de dirimir conflitos, tornando-os explícitos e buscando
respondê-los com bases técnicas e conceituais, o que
será desenvolvido na etapa subsequente. Valoriza a contribuição
da sociedade, tendo destaque a quantidade e qualidade de
proposições. Foram 5.400 contribuições da etapa anterior (nas
oficinas e via internet), considerando as enviadas em escala.
Explica que houve muitas proposições sobre ZEIS,mas tendo em
vista que foi a única zona demarcada no PDE,ela foi mantida e
será revisada de forma cuidadosa.Informa também que foram
consideradas as contribuições do CMPU e das Subprefeituras e
Secretarias,que levaram propostas feitas pela Sociedade. Em
seguida,registra que o numero de zonas foi ampliado em função
das contribuições recebidas. Realiza uma apresentação iniciando
pela demonstração dos três grupos de Zonas (Transformação,
Qualificação e Preservação),explicando que,
essencialmente, as contribuições nos textos,quadros e mapas
foram incorporadas de acordo com essa divisão por grupos. A
seguir,passa a apresentação das principais dúvidas expressas
nas audiências anteriores: i) Estou numa ZEP e meu bairro está
urbanizado.Como legalizá-lo? Explica que os usos que serão
permitidos devem tomar por base o plano de manejo da
unidade.É possível que o plano de manejo receba um zoneamento
com permissão de usos que seja compatível, com medidas
como rever o Quadro 4 e verificar o ajuste do perímetro da
ZEP com outra zona, casos que precisam ser discutidos observando
o plano de manejo ii) Como regularizar atividades econômicas
que estão localizadas na Cantareira? Responde que a Secretaria
busca um meio termo para compatibilizar,de forma
equilibrada,a preservação ambiental e a liberação de usos para
determinadas atividades econômicas. iii) Qual a diferença entre
ZCorr 1 e ZCorr 2? O que diferencia a ZCorr é a maior permissão
para diversidade de usos, de acordo com a localização. Por
exemplo,haverá diferentes permissões de usos na Avenida Brasil
e na Avenida dos Bandeirantes.Caso a população deseje um
novo tipo de ZCorr,sugere que registre a proposta na Minuta
Participativa. iv) Como a Minuta trata do adensamento na ZEU
de modo a respeitar os bairros já consolidados? Afirma que é
importante observar a Minuta em vários aspectos, por exemplo:
as combinações de ZEU e ZEPEC; a manutenção do controle de
gabarito ao redor de ruas sem saída e vilas;a instituição de lote
máximo vai evitar grandes empreendimentos em bairros
consolidados;a instituição da cota ambiental e a instituição dos
parâmetros qualificadores da ocupação – fruição publica,entre
outros – elementos que melhoram a interface do lote com o espaço
público; reforço do instrumento dos Estudos de Impacto
de Vizinhança,dentre outras medidas.v) Discordo da permissão
de usos na ZPR e na ZCorr. O que deve fazer? Sugere que olhem
o Quadro 4 e façam sugestão de mudança na Minuta Participativa.
vi) Meu terreno está localizado em uma ZEIS. O que posso
fazer no meu imóvel? Responde que se o imóvel tem área inferior
a 1000m2 nas ZEIS 1,2,4 e 5 e inferior a 500m2 na ZEIS
3,está dispensado do atendimento do percentual mínimo obrigatório
de destinação de área para HIS. Se os lotes foram
maiores,será preciso atender o percentual mínimo (apresenta
tabela explicativa). Explica que os dados apresentados vieram
do PDE. Mostra a distribuição das ZEIS no território e explica
algumas especificidades de cada tipo de ZEIS. Destaca também
que foram ampliadas as áreas de ZEIS no município com vistas
a diminuir o déficit habitacional do município. vii) Meu terreno
está localizado em uma ZEIS.Eu vou ser desapropriado? Responde
que o instrumento de desapropriação pode acontecer em
qualquer Zona da cidade e que este não acompanha a ZEIS necessariamente.
Informa que tal instrumento acontece quando
há finalidade pública, claramente definida,para implantação
de,por exemplo,corredores de ônibus, sistemas viários ou hospitais
ou para urbanização de uma ocupação irregular.Para existir
desapropriação é necessário um Decreto de Utilidade Pública
ou de Interesse Social que especifique a finalidade e, quando
vier a ocorrer,será mediante indenização. Após fazer os esclarecimentos,
Daniel Montandon agradece a atenção e a mesa
dá continuidade aos trabalhos. O presidente da mesa pede à
equipe para recolher as filipetas de inscrição e relembra o método
para as inscrições e falas. Explica que será colocado um
relógio-cronômetro para acompanhamento de todos.Informa
que será feito um relatório da audiência e que as questões tratadas
serão registradas,por isso as falas não serão repetidas.Divulga
também o site Gestão Urbana para acesso às informações
sobre os processos do PDE e Lei de Zoneamento e para
fazer contribuições à minuta. Em seguida se iniciam as manifestações:
1) Khaled C.Ghoubar (Fundação Faculdade de Medicina
– FFM): apresenta-se como representante dos interesses
da Fundação da Faculdade de Medicina da USP,que cuida da
Faculdade de Medicina da USP e do Hospital das Clínicas.Fala
sobre uma área da antiga FEBEM,que foi adquirida pela Santa
Casa em 1895,no Pacaembu,de 360 mil m2,sendo que a Santa
Casa separou 48 mil metros para a mesma (área hoje da FFM) e
o restante foi loteado pela Cia City.Em 2005,receberam uma intimação
da Prefeitura para regularizar todas as edificações (o
que não havia sido feito pelas organizações anteriores). Com
isso,ficaram sabendo pela Prefeitura que não podiam fazer o
uso atual,porque trata-se de uma ZEPEC dentro de uma ZER 1.
Chegaram a propor instalar nos casarões o curso de pós-graduação
e pediram a mudança de Zoneamento para ZOE. Com
isso,concorda com o zoneamento proposto na Minuta e espera
diálogo com outras entidades,como a Viva Pacaembu. 2) Alexandre
Loyola (Frente de Luta por Moradia) : fala em nome
de Janice José de Souza, em defesa das ZEIS,que foi conquista
do PDE. Diz que gostaria que fosse implantado o que foi discutido
por nove meses durante o Plano Diretor,para que a cidade
tenha diversidade e mistura de classes,e não segregação. 3)
Danilo Alves Bezerra (CONSEG) Pergunta o que a Prefeitura
pretende fazer para resolver o problema de dois milhões e quatrocentas
mil instituições e empresas que querem tirar a licença
e alvará de funcionamento e não conseguem.Entende que a
Prefeitura dá o CCM para que as instituições funcionem,mas
não explica se adequam-se ao zoneamento. Assim,defende que
todas as empresas e indústrias que tenham iniciado as atividades
antes da lei,com documentação comprovante,tenham o di-
reito de licenciar e regularizar suas atividades sem as restrições
que a legislação atual impõe. Outro problema citado foi a dificuldade
de aprovar projetos nas subprefeituras,visto que elas e
a SEHAB não falam a mesma língua. Solicita uma cartilha educativa
sobre o zoneamento. 4) Irani Aparecida Pereira Dias
(ALMEM) : fala em nome de Flávia Silva dos Santos. Informa
que a entidade tem 120 pessoas. Declara falar em nome do
Conselho Participativo Vila Maria, Vila Guilherme e Vila
Medeiros,que indicou a demarcação de uma ZEIS em parte de
terreno onde se localiza um antigo terminal de cargas,com duas
mil unidades habitacionais. Informa que no terreno há atividades
de prostituição infantil e que esse pedido também foi feito
pela subprefeitura da Vila Maria,dos comerciantes e movimentos
de moradia. 5) Donizete Fernandes (União dos Movimentos
de Moradia): afirma que o movimento não aceita tirar
nenhuma ZEIS,conforme PDE discutido.Diz que as manifestações
contrárias(refere-se à vais de parte do público presente)
vêm de pessoas que querem segregar a cidade e querem expulsar
os pobres para a periferia.Exemplifica com área que liga a
Barra Funda à Lapa,onde está prevista uma Operação Urbana
há vinte anos. Afirma que no local foi feito o Metrô Barra Funda.
Cobra uso dos recursos dessa Operação Urbana para as ZEIS.
Afirma que luta por ZEIS para que o trabalhador more perto do
emprego e critica que quando as ZEIS não são feitas por falta
de vontade política,já que o Programa Minha Casa Minha Vida
tem feito unidades para faixas dois e três, subsidiado. 6) Claudia
Feher Zilenovski(Amigos da Rua Alvarenga) : solicita
apoio para alteração do zoneamento na Rua Alvarenga,
Butantã,que não condiz com seu intenso movimento,em função
de ser uma rua que liga duas estradas à Praça Panamericana.
Pede ajuda para dar outra utilização aos imóveis da rua. 7)
Antonio Cunha (MOVIBELO Santo Amaro): afirma que a população
faz papel de boba desde o PDE de Jânio Quadros. Desde
então apenas i) pioram as condições de vida e produção na
cidade; ii) houve a destruição do único centro industrial iii)
houve a prevalência dos interesses da especulação imobiliária.
Os mesmos erros se repetem há 35 anos e processos como a
presente elaboração do PDE e revisão da Lei de Zoneamento
não resolvem nada.A cidade está no limite.No bairro do Campo
Belo há propostas absurdas. 8) Roberto Ribeiro (Movimentos
Sociais – representa a Associação Africana do Brasil):
relembra o processo de construção do PDE,a discussão sobre o
Arco do Futuro e a ideia de Fernando Haddad de transformar
imóveis abandonados do centro.Durante a campanha,viu crescer
a proposta do Arco do Futuro,que liga cidades dormitório ao
Centro. Com isso,acredita que o processo atual faz parte desse
grande projeto,mas concorda com fala anterior, de Donizeti,que
as pessoas precisam morar próximas ao trabalho. Por fim,elogia
o processo participativo e defende que a cidade seja inclusiva.
9) Maksuel José Costa (Movimento Sem Teto do
Ipiranga,Conselheiro Participativo e Conselheiro Municipal
de Habitação) : fala sobre a questão do respeito, quando o
direito legal não atrapalha o direito fundamental. Valoriza o
momento de discussão,sobre qual cidade se quer. Afirma que o
Plano Diretor está aprovado e é preciso melhorar,por isso é necessário
mais tempo para discutir o zoneamento. Diz ter verificado
que há áreas demarcadas como ZEIS que são moradias e
pergunta se houve visita técnica para fazer tais demarcações.
Por isso,acredita que esse é o momento para discutir e definir
uma cidade justa e igualitária para todos. 10) Paulo Cesar
Maluf (Conselho Participativo da LAPA,Conselho de Saúde
do Jaguaré e CEPOP) : informa que o primeiro bairro da América
Latina foi o Parque Continental,que é estritamente residencial.
Mas, no Projeto da Minuta,há proposta de fazer
corredor,sendo que o bairro não suporta,já sofre com o crescimento
desorganizado da cidade de Osasco. Solicita que continue
exclusivamente residencial. Contra a ZEIS proposta no
Jaguaré,com previsão de 35 mil moradias,visto que o terreno é
destinado à área verde.Afirma não ser contra ZEIS, mas que no
Jaguaré há 11 ZEIS e os moradores já vivem em situação
precária,sem regularização fundiária, apenas com uma UBS
(que atende mais de 50 mil pessoas e não se consegue construir
outra porque a Prefeitura afirma não ter espaço) e
afirma,ainda,a existência de mais de 4 mil crianças fora de creche.
Acredita que só haverá moradia,mas sem dignidade.Solicita
audiências por Subprefeitura e discussão por bairro. 11) Laila
Ali el Sayed (Movimento Brooklin) : parabeniza a
mesa,SMDU e a todos pela participação. Afirma que luta há 10
anos pelo descongelamento de vários bairros e busca representar
um grupo de vários bairros, como Campo
Belo,Brooklin,Saúde, Santo Amaro, São Benedito,Lapa. Colocase
à disposição para agregar outros movimentos. 12) Rodrigo
Mauro (Viva Pacaembu) : representa moradores e usuários do
Pacaembu,uma ZEPEC. Questiona como a ZEU vai conviver com
a ZEPEC,coforme consta do PDE,visto que há uma incongruência.
Considera um erro as ruas marcadas como ZEU no Pacaembu
(como Minas Gerais,Novo Horizonte,Bartira,Vanderlei,Caiubi
,José de Freitas Guimarães etc.),já que o zoneamento prevê
usos incompatíveis com o uso atual (predominantemente residencial)
e que já há corredores suficientes no bairro (Rua Cardoso
de Almeida,Av. Pacaembu, Pça. Charles Miller,Av. Dr.
Arnaldo,Av. Paulo VI entre outras,sem contar as ruas com comércio
e serviços muito próximas do bairro,como Av.
Angélica,Av. Sumaré e Pça.Vilaboim). A lei é muito permissiva
com relação aos serviços e comércios.Propõe zonas de transição
como ZCorr 0 ou ZM 0, mais compatíveis com bairros residenciais.
Também acredita que transformar a área da FFM em ZOE
fere questões urbanísticas do loteamento e tombamento do Pacaembu.
Afirma que não condiz a FFM afirmar possuir direito
adquirido. 13) Juarez de Azevedo (Casa de Repouso da
Lapa): fala especificamente sobre a situação das casas de repouso,
que são proibidas de estar em ZER. As casas de repouso
não podem ser vistas como atividade comercial,mas social. A
cidade precisa receber e considerar importância das casas de
repouso para os idosos e as casas de repouso devem ser aceitas
nas ZER. 14) Milton Lenze (Associação Pró-Campo Belo):
fala em nome da região no entorno do aeroporto,onde há grandes
investimentos,como quartéis da PM e dos Bombeiros e Aeroporto.
As casas estão vazias porque as pessoas não conseguem
residir ali(dado o intenso movimento e o barulho do
aeroporto) e pagam altos impostos. É a favor do que está sendo
proposto e contra pessoas que defendem que a região seja ZER.
A região deveria ter sido adensada. 15) Eduardo Carvalho
(Munícipe): Afirma ser positivo o incentivo à construção de
praças de uso público por empresas privadas,sem custos para a
Prefeitura, tendo como benefício área computável,conforme artigo
nº 196 da Lei de Zoneamento anterior,que foi revogado na
atual Minuta. 16) Wagner Landi (Engenheiro urbanista) :
afirma não concordar com a demarcação de ZEIS em zonas
predominantemente industriais,dizendo que vai contra a principal
definição de PDE,de estabelecer moradias próximas aos
empregos.Defende necessidade de criação de lei para regulamentar
os helipontos. Ressalta também um problema do sistema
eletrônico de aprovação de projetos da prefeitura (a obra
termina e o projeto não foi analisado) e,com isso,o proprietário
não consegue tirar o habite-se. 17) Alex Albuquerque (FEPAC
– Federação Paulistana das Associações Comunitárias –
MUHAB) : defende as ZEIS como conquista nas oficinas e audiências
do PDE,cidade democrática, em que as pessoas possam
conviver,sem segregação e com moradia próxima aos empregos.
Afirma que, quando chega a infraestrutura,encanamento,p
ostos de saúde nos bairros as pessoas acabam sendo expulsas
para que o espaço seja ocupado por quem tem maior poder
aquisitivo, o que deve deixar de acontecer com as ZEIS. Defende
ZEIS até o fim. 18) Helio Higuchi (Conselho Participativo da
Vila Mariana, Sociedade de Amigos do Planalto Paulista) :
agradece a SMDU por ter tirado a ZPR do Planalto Paulista,que
passou a ser ZER. Quer discutir a ZCorr da Avenida da Indianópolis
e Avenida dos Bandeirantes. Preocupa-se com a permissão
de utilização de certos tipos de comércio e serviços,como o
“comércio de alimentos” e “meios de hospedagem”,que se
tornam espaços de prostituição,motéis e “drive in” na região.
19) Adelino Cardoso (Munícipe,bairro da MOOCA) : informa
ser da Mooca e diz que as pessoas dali serão desapropriadas
e poderão ir morar na rua. Afirma que não foram informados
sobre quanto as casas vão passar a custar e que apenas a
classe A vai conseguir comprar,já que agora ele não consegue
comprar um apartamento das construtoras em seu próprio bairro,
na Mooca,Tatuapé ou Penha. Afirma que serão desapropriadas
30 mil pessoas para colocar 300 mil pessoas em seu bairro,
sendo que o local não tem água, luz, transporte público. Afirma
que estão sendo enganados e que é tudo uma mentira. 20)
Julio Cesar Olivieri (Representa a Vila Prudente) : reivindica
que avenida Francisco Falconi, no Jd.Avelino (Vila Prudente)
deixe de ser ZER e se torne ZCorr,pois há poucas residências.
Questiona implantação de ZEIS em terreno de dois mil m2 no
local,considerando que a população de baixa renda não vai
conseguir consumir naquela região de alto poder aquisitivo. Sugere
que o zoneamento não dure por 16 anos, seja alterado no
máximo a cada 5 anos,especialmente quando consideradas as
situações de anistia. Afirma que hoje São Paulo não é exclusiva
como foi na época da implantação das COHABs. Questiona se
as pessoas que defendem a ZEIS querem moradia ou propriedade,
visto que a imprensa divulgou a venda desses imóveis de
interesse social. Pergunta se quem deseja que suas empregadas
domésticas residam próximo à sua casa deve pretender aumentar
o salário delas,visto que o custo de vida é mais alto que em
seus bairros de moradia. 21) Fernanda Araujo
(Munícipe,bairro da Penha) : residente de Artur Alvim, levanta
a problemática de que a população de São Paulo está contra
si própria. Questiona por que a região onde está sua casa se
tornou ZEIS 1, sendo que,desde 2004,tem informado que a área
não é ZEIS, que sua região não tem características de ZEIS e há
outras áreas no mesmo bairro que poderiam ser, conforme documento
protocolado da SMDU. Pergunta qual foi a regra usada
para classificar a ZEIS,pois parece que foi feito aleatoriamente.
Por fim,protocola a informação de áreas que foram demarcadas
como ZEIS erroneamente e áreas que poderiam ser demarcadas
como ZEIS. 22) Alex Canuto (Movimento Defenda São
Paulo e Associação dos Moradores da Vila Nova Conceição)
: questiona onde estão as Zonas de Transição entre a ZCorr
e a zona contígua, aprovadas no PDE,porém não aparecem na
minuta. Apoia a ZCorr 0,mas acredita que não é possível abrir
mão das zonas de transição. Acredita que a lei que permite e
anistia direta premia quem está irregular, estimulando a irregularidade.
23) Beth Brunetto (Conselho Participativo Pirituba
Jaraguá,membro do Conselho Consultivo do Parque do
Jaraguá) : não fala em nome do Conselho,mas como ambientalista
e membro do Conselho Consultivo do Parque Estadual do
Jaraguá. Explica que a área que circunda o Parque é ZEP e
ZEPAM,e aponta que um movimento de moradia em Pirituba
pleiteia uma parte dessa área. Porém, afirma se tratar de uma
área que fica na zona de amortecimento do
Parque,sendo,portanto Área de Preservação Permanente. Afirma
que a área tem proprietários,que levaram muitas pessoas na
oficina do processo participativo da revisão do
zoneamento,fazendo lobby para que se tornasse ZEIS 2. 24)
João Pedro Rosin (União dos Moradores da Subprefeitura
de Pinheiros e Vila Madalena) : questiona por que não foram
acatadas as sugestões de inclusão de ZEIS na
Subprefeitura,feitas nas oficinas participativas. Há muitos lotes
mapeados sem proprietário ou irregulares. Como Conselheiro
de Saúde,solicita também que duas áreas desafetadas pela Câmara
sejam ZOE (a Subprefeitura de Pinheiros e um quarteirão
do Itaim com 7 equipamentos públicos). Pergunta sobre o limite
de som permitido (65 decibéis) próximo aos eixos, sendo que é
maior do que em áreas industriais. 25) Lívia Hannes (munícipe)
: foca na parte do texto da lei e solicita mais clareza em algumas
passagens,para que não fiquem dúvidas para a população
e para os técnicos da Prefeitura que analisarão os projetos.
Dá alguns exemplos como: o número de vagas por unidade (na
ZEU há 1 vaga por unidade,mas pode ser que a unidade tenha
até 18m2 e,sendo possível juntar as unidades,amplia-se o número
de vagas?); em outras zonas há vagas para unidades de
25m2,mas não se esclarece se é por unidade). Com relação à
revisão do Código de Obras,há questões que eliminam a parte
do recuo das edificações,caso o vizinho tenha edificação faceando
a divisa (é possível estender por mais de 10 metros,mas
como fica a faixa A?); além disso,no artigo 31,há contradição
entre 6 e 10 metros. Possui dúvidas com relação a conceitos
(por exemplo, de gabarito máximo,não se exclui a parte do
ático,mas o artigo 26 fala que exclui o ático). Também questiona
ZEIS em área de centralidade, mas o mínimo para a unidade
são 24m2. Acredita que isso não atende a questão familiar e
vários investidores chegam a comprar as unidades para
locação,o que acaba não atendendo a função social da propriedade.
26) Charbel Kamilos (Associação Pró-Comerciantes
da Av.Indianapolis) : fala sobre a realidade da Av.
Indianópolis,que tem muitos imóveis vagos e serviços
limitados,prostituição e criminalidade. Por conta do
abandono,os imóveis foram desvalorizados. Com isso, solicita a
flexibilização do zoneamento da área para atrair comércio (sugere
alteração do zoneamento para ZCorr 2 ou Zona Mista).
Fala em nome de 120 moradores signatários do abaixo assinado
protocolado na ocasião. 27) Fabio Benini (Viva Pacaembu):
é morador de travessa da Rua Itápolis e coloca-se contra a
ZCorr na rua,que já dá acesso a diversos corredores muito próximos.
Pergunta sobre a Zona de Transição prevista no PDE,que
não aparece na minuta. Finalmente, aponta para áreas da cidade
que estão sendo descaracterizadas por conta das ZCorr,que
são altamente permissivas. É contra a proposta de ZOE na área
da FFM. 28) Roberto Lobo (Morador da Vila Amélia) informa
a situação da Vila Amélia,bairro de mais de 100 anos, tornado
equivocadamente Parque Estadual pelo Governo do Estado
(sendo que o Estado sobrepôs títulos de propriedade); estão sob
o Plano de Manejo,que não considera as duas mil famílias que
ali residem e que,se a área for de interesse público, deveria haver
a desapropriação correta da área;informa que não há decreto
de parque para a região e que o Estado não está de acordo
com a justiça. O bairro sempre foi residencial,os imóveis têm título
de propriedade,pagam IPTU, a região tem serviços como
ponto final de ônibus,as edificações são licenciadas pela Prefeitura
(com alvará) e há deliberação do Condephaat para se
construir no bairro. 29) Kleber Duarte (munícipe) : diz estar
em defesa de proprietários de imóveis ou pequenos
comércios,questionando por que alguns tornaram-se ZEIS,sendo
que outros terrenos e fábricas ociosas (como Eucatex,Tabacow,
Bauducco) ficaram parados sendo alvos de especulação imobiliária.
Afirma que pessoas que pagaram seus impostos por décadas
corretamente agora têm seus imóveis definidos como ZEIS
e,se forem desapropriadas as áreas comerciais para substituir
por habitação,vão desempregar milhares de pessoas. 30) Antonio
Marques Pereira (ACCS) : parabeniza o processo participativo.
Defende o Estatuto da Cidade e o PDE,que são leis.
Coloca que a cidade só começou a mexer com ZEIS em 1995.
Explica para o participante que mencionou a venda de Unidades
Habitacionais que o Cadúnico garante que cada cidadão só
tenha uma moradia de habitação popular. Propõe que cada
Subprefeitura tenha uma comissão técnica para ajudar a SMDU
a fazer a Lei de Zoneamento nos bairros. Orgulha-se de morar
numa ZEIS 1,exige respeito às favelas. 31) Paulo Acras
(munícipe,bairro do Brooklin) . Questiona a seriedade do
trabalho, pede que o zoneamento seja feito por região;pergunta
por que não foi atendida a demanda dos moradores nas
oficinas,quando houve unanimidade em transformar a Rua Texas,
no Brooklin,com Zoneamento Misto. Solicita que a mesa
responda aos questionamentos na hora. O moderador da mesa
informa que as respostas serão dadas ao final das discussões.
32) Maria do Amparo Oliveira (MDM – Movimento de Moradia)
: É a favor das ZEIS e diz que o tema foi discutido por
dois anos entre o executivo,o legislativo e a sociedade civil. Sobre
as ZEIS não darem espaço para equipamentos
públicos,informa que sim, as ZEIS estão disponíveis para equipamentos
públicos,como foi discutido no PDE. Defende que as
pessoas podem residir no centro, em prédios destinados para
moradia,que já estão adaptados com famílias residindo. Reafirma
a informação sobre o Cadúnico, que a pessoa contemplada
por unidade habitacional não pode receber outra em nenhum
outro local do país. Concorda que é preciso fazer algumas revisões
e ajustes,mas que os movimentos de moradia vão continuar
com sua luta, ocupando espaços de forma
democrática,inclusive ocupando locais que estão sendo utilizados
por criminosos. 33) Maria de Lourdes Andrade Souza
(Lia) (Associação Independente da Vila Nova
Esperança,Conselho Participativo do Butantã e CEPOP) :
diz ser a favor das ZEIS porque lutou muito para morar onde
está, que era uma ZEPAM. Afirma que é possível morar próximo
a uma área ambiental. O que precisa é Educação Ambiental.
Pede respeito mútuo, o que não tem visto na audiência. Quer
continuar na ZEIS,com urbanização,diz que já ganharam prêmio
de sustentabilidade e quer transformar a Vila Nova Esperança
em uma Vila Ecológica. 34) Leandro de Oliveira Carbonin
(munícipe) . Afirma ser contribuinte,pagando de 40% a 60%
de impostos,e questiona o que é a ZEIS 5. Diz que foi pensada
dentro da Câmara e quer saber qual foi o critério,já que sua
descrição diz que é para fins de instituição privada. Pergunta
qual a finalidade e destinação da ZEIS 5 e questiona se o adensamento
vai resolver o problema de São Paulo,afirmando que
isso é para não distribuir os equipamentos públicos em outras
áreas da cidade. Questiona por que vão tirar moradores para
incluir outros moradores e afirma que a Prefeitura está jogando
a discussão para lideranças para ganhar tempo. 35) Sandro
Richard (morador da Vila Aricanduva) : afirma que há falta
de educação e desrespeito entre as pessoas que estão falando
na audiência. Acha lícito o que o movimento de moradia conquistou
(demarcação de ZEIS),mas pede que sejam revistas algumas
áreas, que foram demarcadas de forma
equivocada,enquanto há terrenos abandonados e invadidos que
não foram convertidos em ZEIS em seu bairro,o que considera
injusto. Afirma que o bairro de onde veio foi demarcado como
ZEIS em 2004, mas nunca foi feito nada. Por isso acredita que
Prefeitura não irá fazer ZEIS onde está prometendo. Divulga
blog em que analisa mudanças da Lei (de 2004 a 2014) e diz
expor a verdadeira intenção das ZEIS,inclusive a ZEIS 5. O moderador
da mesa informa que abrirá espaço para mais cinco
colocações,visto haver tempo para isso. 36) Violêta Kubrusli
(munícipe) . Como aposentada da SEHAB,saúda a
equipe,parabeniza o processo e agradece a mudança do zoneamento
na Rua Cardoso de Almeida, entre as Ruas Itobi e
Santarém,local que ficou esquecido nos zoneamentos anteriores
(considerado ZER sendo que o restante da rua era
ZCorr),inclusive prejudicando o funcionamento do museu Guilherme
de Almeida na rua paralela (Rua Tefé). 37) Olivia Costa
(Conselheira Participativa de Santo Amaro). Fala em nome
de Silvia Leite e como representante das entidades e movimentos
presentes na audiência.Apoia a criação de ZCorr em locais
onde já há comércio e serviços estabelecidos,para viabilizar diferentes
segmentos e gerar empregos. Aponta falta de confiança
no Poder Público como unanimidade na Audiência Pública e
diz que,tal como as ZEIS,o comércio também é muito mal visto
nas zonas residenciais,sendo que também são moradores e cidadãos.
O moderador da mesa chama o inscrito Luiz Roberto
Alexandrino ,que não se encontra e, com isso, chama os próximos
inscritos. 38) Cecília Lotufo (Conselheira Participativa
Municipal da Subprefeitura de Pinheiros) . Lê carta sobre as
atividades de ocupação do espaço público desenvolvidas na
Vila Jataí e informa que já entregou para a SMDU proposta de
projeto para a região,com ideias que poderiam ser replicadas
para a cidade como um todo, elaborado com apoio de empresas
especializadas. O projeto estava em sintonia com as diretrizes
do PDE,levando em conta a preservação ambiental;a proteção
de áreas de topos de morro e nascentes;a fixação,no local, de
moradores de todas as faixas de renda;a preservação do chamado
miolo de bairro;o incentivo à preservação do pequeno
comércio de bairro; o uso múltiplo de imóveis vazios há anos; a
criação de subcategorias de usos que poderiam ser adotados
para a cidade. Porém a proposta aparentemente foi
desconsiderada,parece que não foi ao menos lida. Além disso,
questiona que não há menção,na Minuta,à atual crise hídrica.
39) Ana Martins (FACESP) : saúda os presentes,técnicos,profis
sionais e sociedade. Defende que todos devem conhecer o Estatuto
da Cidade e o PDE, e todos os mecanismos que aperfeiçoam
o exercício da democracia. Afirma que é preciso conhecer os
documentos, lutar e obter conhecimento técnico para permanecer
na luta. Elogia a audiência pública como processo participativo
e mecanismo democrático. Defende a garantia das ZEIS. O
moderador inicia o processo de respostas,passando a palavra
ao Diretor do Departamento de Uso do Solo da SMDU ,
que faz alguns comentários. i) primeiro, aponta os conflitos que
foram intensos nas audiências públicas, mas não nas oficinas
regionais,relativos às visões antagônicas sobre as ZEIS. Afirma
ser importante elas terem trazido argumentos e visões distintas,
de grupos sociais organizados e mobilizados. Reitera que os
problemas de ZEIS são pontuais. As áreas que estão apresentando
problema devem ser cerca de 20 quadros da cidade e que
não é possível deslegitimar as ZEIS que foram debatidas no
Plano Diretor Estratégico. É preciso ter cuidado para não generalizar
os problemas das ZEIS. ii) segundo, comenta o conflito
entre preservação plena, usos exclusivamente residenciais com
a mescla de usos. Afirma que existe um problema que essa disputa
tem sido pensada apenas para bairros específicos,sendo
que houve uma preocupação da SMDU de quebrar usos monofuncionais
das áreas muito extensas. Quando consideradas as
ZER,buscou-se incluir corredores (as ZCorr) que atravessam as
ZER e trazem a mescla de usos. Em outros locais foram incluídas
a mudança de Zoneamento para Predominantemente
Residencial,como é o caso da Rua Indiana, Rua Texas,não apenas
nos lotes lindeiros,mas no conjunto de quadras. Foram feitas
também mudanças no Campo Belo, que passou de ZER para
Zona Mista. Em outros casos, áreas de ZPR voltaram a ser ZER.
Com isso,afirma que o debate mostrou que é possível intermediar
uma pactuação e que acredita ser possível encontrar pactuação
para os demais conflitos surgidos. iii) terceiro,fala sobre o
conflito existente entre densidade e preservação – a questão
entre ZEU e ZEPEC –. Recorda que a ZEPEC é o instituto do
tombamento,portanto,reconhece a salvaguarda de preservação
que está no tombamento. Prevalece o tombamento,há controle
de gabarito,de usos, de taxas de ocupação. Estando numa
ZEU,vai prevalecer a regra da ZEPEC. Se há ZEPEC convivendo
com a ZEU, prevalece a ZEPEC sobre a ZEU. Com isso,reafirma
que é preciso entender a lei de forma holística e não de forma
pontual. Outra questão que pontua é que melhorar a regularidade
da cidade não será seguindo a lógica da anistia,mas redigindo
uma lei clara e objetiva,que facilite que os lotes pequenos
se tornem regulares. Informa também que está sendo
criado um sistema de viabilidade de instalação de empresas
que vai automaticamente dizer se a atividade é permitida,
quando a pessoa for abrir uma empresa na junta comercial –
para isso, diz ser preciso ter um zoneamento bem regrado para
cada lote da cidade. Ressalta que há uma série de coisas que
podem ser resolvidas com o zoneamento,tais como: só uma
zona em cada lote; zoneamento por quadra;eliminar descrição
perimétrica de texto e manter só em mapa;ter mapa articulado
em escala compatível para facilitar leitura. Afirma ter um
compromisso,na sequencia do zoneamento, de ter uma operação
mais ágil do SLEA (Sistema de Licenciamento Eletrônico de
Atividades) e do SLC (Sistema de Licenciamento de
Construções),porque a regra de negócio desses sistemas vai se
basear numa lei de mais fácil aplicação (por exemplo,vai sair o
zoneamento em todo o IPTU da cidade – menos onde tem INCRA,
porque o sistema ainda não está acoplado). Finaliza informando
que a SMDU já está trabalhando em projetos pós-lei
para que a revisão do zoneamento e do marco regulatório funcione
na plenitude e não dependa de medidas de gestão que
não consigam efetivar a lei. Agradece a presença e a atuação
de todos,valorizando as contribuições nesse espaço de participação.
É cedida a palavra ao Vereador Police Neto ,que ressalta
o quanto as contribuições dadas pela sociedade realmente
importam na decisão dos agentes públicos. Pondera que para a
próxima fase vai ser necessário definir uma fórmula do debate
que não frustre ninguém,em que todos possam acessar e conferir
as sugestões,para que saibam de onde vieram as
alterações,por que foram tomadas determinadas decisões etc.
Sobre a falta de confiança no poder público,mencionada durante
a audiência,afirma que é preciso que os agentes públicos
deem total transparência a todas as ações,para ir gradativamente
recuperando essa confiança. Acredita que a SMDU tem
feito um esforço positivo e valoriza a participação ativa da
sociedade,porém falta muita gente se comparado ao tamanho
da cidade. Afirma terem uma tarefa maior,de resgatar a confiança
estabelecida nas relações. Considera que sociedade e vereadores
devem continuar presentes no processo, todos como protagonistas
na elaboração da lei,para fazê-la da melhor forma.
Por fim considera que muitas vezes haverá conflitos,mas é preciso
saber as regras para sair deles e construir uma cidade melhor.
É dada a palavra ao Secretário Fernando de Mello
Franco ,que agradece e parabeniza a todos que se comportaram
com civilidade e respeito às opiniões. Reafirma dois compromissos
i) a elaboração de um projeto de lei que consiga, o
máximo possível,resultar na melhor forma de acomodação e
pactuação de pessoas que expressam desejos legítimos e não
necessariamente convergentes,uma lei de zoneamento que
possa auxiliar a conduzir o processo de qualificação da cidade e
das formas de vida na cidade. ii) fazer desse processo efetivamente
participativo,como instrumento de reforço dos processos
democráticos que se deseja institucionalizar e ampliar na sociedade.
Por isso,informa acatar o pleito legítimo de ampliação do
prazo desse processo,para que seja possível, além dessas
audiências,sistematizar e avaliar o conjunto de contribuições.
Reafirma que muitos dos pleitos podem ser equacionados com
o processo de sistematização,que irá permitir dar respostas e
justificativas das tomadas de decisão que terão de acontecer.
Informa ter dado ciência à Câmara Municipal de São Paulo do
compromisso de extensão do prazo e que em conversa com o
Presidente da Câmara,o Vereador Antonio Donato,houve concordância
para que o prazo seja entendido em noventa dias a
partir da data final,de janeiro. Considerando que o processo levara
ainda mais tempo, levando em conta que após os 90 dias
seguirá em conversa na Câmara,o Secretário afirma que buscará
a melhor maneira de responder aos pleitos da sociedade,para
que todos saibam as razões que fundamentaram as decisões
tomadas. Por fim,deseja uma excelente continuidade do processo
e que todos continuem participando. O moderador da mesa
encerra os trabalhos,solicitando que todos acompanhem o site
Gestão Urbana e os calendários a serem colocados relativos à
continuidade do processo. Eu, Núria Pardillos Vieira,Assessora
de Participação Popular e Comunicação da Secretaria Municipal
de Desenvolvimento Urbano (SMDU),firmo a presente